Dieta low carb na era das redes sociais?
Com o advento das redes sociais, muitas tendências dietéticas foram surgindo e uma das mais conhecidas é a dieta Low Carb. Entretanto, estratégias alimentares que foram desenvolvidas para reduzir a prevalência de obesidade no mundo tomaram uma proporção gigante e começaram a ser utilizadas sem pensar no fator “individualidade”.
Além disso, a popularização dela associada à indústria do emagrecimento, responsável por movimentar bilhões de dólares todos os anos)
Fez com que alguns indivíduos de maneira equivocada ou até mesmo com más intenções se apoderassem de intervenções e às recomendassem como uma estratégia que pudesse ser aplicada, de forma generalizada, a todas as pessoas.
Mas isso não quer dizer que ela deve ser subjugada, pois a própria dieta Low Carb é uma intervenção com inúmeros benefícios para condições específicas, como a melhora no quadro de diabetes tipo 2 (Davies et al., 2018). Sobretudo, a problemática está no fato de que pesquisas mais robustas, que apontam benefícios sobre a dieta low carb não levantarem a hipótese de exclusão total de carboidratos e orientações que ,infelizmente, são vistas com frequência nas redes sociais, como a exclusão de frutas, raízes, tubérculos e leguminosas da alimentação.
Mas afinal...o que é uma dieta low carb?
Com o aumento do número de pessoas com distúrbios metabólicos em todo o mundo, inúmeras dietas têm sido propostas para promover a melhora desses quadros e o combate à obesidade. Dentre elas a dieta Low-Fat (LF), segundo a qual no máximo 20-35% do VET podem ser provenientes dos lipídeos, e a dieta Low-Carb (LC), segundo a qual no máximo 45% do VET podem ser provenientes de carboidratos (ARAGON et al., 2017).
Ademais, a ideia de uma dieta baixa em carboidratos passa primeiramente sobre o que seria uma dieta “normal” em carboidratos. Sabemos que as recomendações usuais falam em 45 a 65 % da composição da dieta em carboidratos. Logo, na teoria, o que vier abaixo disso torna-se low carb. Em um consenso maior o que for abaixo de 40% da dieta vinda de carboidratos pode ser conceituada como uma dieta low carb (ARAGON et al., 2017).
Porém, a recomendação da American Diabets Association (ADA) se baseia em torno de 26% (Davies et al., 2018), uma porcentagem que, claramente é possível incluir frutas, raízes, tubérculos e leguminosas.
O que se sabe, a partir de diversos estudos, é que seus efeitos em comparativo com outras dietas podem ter uma vantagem no manejo da glicemia, porém os efeitos como diminuição do peso a longo prazo não são muito vantajosos (Hu et al., 2012; Hahimoto et al., 2016). Além disso, aparentemente até mesmo a especulação de que seria vantajosa uma dieta extremamente low carb para o apetite e saciedade não parece ser verídica (Hall et al., 2020).
Portanto, a dieta low carb não representa necessariamente maior efetividade na perda de peso sobre outros planos dietéticos hipocalóricos. Mas, poder ser uma boa estratégia no tratamento de distúrbios metabólicos relacionados à glicemia, entretanto, isso não que dizer que seja preciso realizar uma exclusão total dos carboidratos da alimentação e sim procurar um profissional da nutrição para realizar essa estratégia de forma adequada e, acima de tudo, com saudabilidade.
O selo ABLC:
O selo LowCarb ABLC foi criado em 2018 pela Associação Brasileira Low Carb e tem como objetivo:
- Facilitar a identificação, por parte do consumidor, de alimentos com baixas quantidades de carboidratos;
- Proteção de pessoas com alta resistência à insulina, doenças neurológicas e diabetes;
- Por essas doenças serem beneficiadas através das restrições mais severa, tem-se um maior controle sobre elas, sobretudo no que diz respeito à diabetes.
Dessa forma, a criação do selo foi tem como papel fazer um maior controle de informações presentes nas embalagens desses produtos. Logo, uma vez que a ANVISA não dispõe de normas específicas para alimentos low carb, a ABLC busca, então, uma padronização deles.
Mas quais são os critérios para a certificação?
Para que um alimento torne-se apto à certificação do Selo ABLC, é necessário que o mesmo apresente teores muito baixos de carboidratos. Portanto, todos os critérios para a obtenção desse selo são analisados e determinados por profissionais que fazem parte dessa associação.
Além disso, tais critérios utilizados dispõem de fundamentos com base em pesquisas cientificas, levando em conta a composição dos alimentos que são analisados.
Ingredientes recusados pela ABLC
Tendo em vista a restrição severa aos carboidratos, a ABLC possui uma listagem de ingredientes classificados como inaceitáveis, sendo alguns deles:
- Açúcares, como: glicose; frutose; açúcar cristal; açúcar demerara; sacarose; mel;
- Ingredientes in natura ou farinha de: trigo; milho; arroz; mandioca; batata; aveia; cevada;
- Gorduras/Óleos: margarina; óleos vegetais extraídos de sementes, tais como: canola, girassol, soja e milho;
- Adoçantes: maltitol; dextrose;
- Qualquer tipo de açúcar em bebidas e produtos de panificação não fermentados.
Em suma, para adquirir o Selo ABLC em seu produto, é preciso atender todos os critérios exigidos pela associação.
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Além de estar bem informado sobre essas adequações, é importante considerar todo o processo envolvido na regulamentação do seu produto: ajuste de rótulos, cálculos e adaptações necessárias à nova legislação. Mas você não precisa fazer isso sozinho, a CENS Jr. tá junto com você nessa. Confira nossos serviços!
referências
ARAGON, Alan A. et al. International society of sports nutrition position stand: diets and body composition. Journal of the International Society of Sports Nutrition, v. 14, n. 1, p. 16, 2017.
DAVIES, Melanie J. et al. Management of hyperglycaemia in type 2 diabetes, 2018. A consensus report by the American Diabetes Association (ADA) and the European Association for the Study of Diabetes (EASD). Diabetologia, v. 61, n. 12, p. 2461-2498, 2018.
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