No dia 14 de julho de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou os resultados do estudo sobre os perigos e riscos do aspartame.
Essa avaliação foi conduzida pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pelo Comitê Conjunto de Especialistas em Aditivos Alimentares da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO – JECFA).
A partir de “evidências limitadas” de carcinogenicidade em humanos, o aspartame foi classificado como possivelmente carcinogênico para os indivíduos, sendo ainda classificado pela IARC como pertencente ao grupo 2B.
“As avaliações do aspartame indicaram que, embora a segurança não seja uma grande preocupação nas doses comumente usadas, foram descritos efeitos potenciais que precisam ser investigados por mais e melhores estudos”, disse o Dr. Francesco Branca, Diretor do Departamento de Nutrição e Segurança Alimentar da OMS.
No entanto, o JECFA manteve a ingestão diária segura de até 40 mg/kg de peso corporal. Com esse valor estabelecido, um adulto pesando 70 kg deveria consumir cerca de 14 latas de refrigerante diet, com 200 mg de aspartame cada, para ultrapassar esse limite.
Mas afinal, o que é aspartame?
O aspartame é um adoçante artificial, que consiste na junção de dois aminoácidos (fenilalanina e ácido aspártico).
É muito utilizado em vários produtos alimentícios e bebidas, como sorvete, gelatina, adoçante de mesa e bebidas dietéticas, desde a década de 1980.
Através de estudos, comprovou-se que essa substância é 200 vezes mais doce do que a sacarose, o que a torna interessante para ser utilizada em alimentos “diet” e “light”. No entanto, pesquisadores observaram que, com o aumento da concentração, o seu poder adoçante diminui.
Quais são as categorias de classificação da IARC?
O Grupo de Trabalho da IARC classifica um agente em quatro categorias, as quais informam a probabilidade de um agente causar câncer, mas não mede a possibilidade de ocorrência de câncer.
- Grupo 1 – Considerados carcinogênicos para humanos.
- Grupo 2A – Provavelmente cancerígeno para humanos.
- Grupo 2B – Possivelmente cancerígenos para humanos.
- Grupo 3 – Não classificável quanto à sua carcinogenicidade para humanos.
O aspartame foi incluído no grupo 2B, já que há evidências limitadas de ser um causador de câncer em seres humanos e menos que suficientes em animais.
E agora? Devo parar de consumir aspartame?
Depois de ler todas essas informações você deve estar pensando: “Então eu nunca mais vou poder beber o meu refrigerante zero açúcar?”
Calma!
O importante é consumi-lo com moderação, sem ultrapassar o limite diário de aspartame que foi considerado seguro pela JECFA. Além disso, consulte seu nutricionista!
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Referências
ASPARTAME hazard and risk assessment results released. World Health Organization, 2023. Disponível em: <https://www.who.int/news/item/14-07-2023-aspartame-hazard-and-risk-assessment-results-released>. Acesso em: 07 de ago. de 2023.
BOLINI, Helena Maria André. Caracterização sensorial de aspartame, cliclamato/sacarina 2:1 e extrato de folhas de estevia (Stevia rebaudiana Bertoni): equivalencias em doçura, analise descritiva quantitativa e analise tempo-intensidade. 1996. 237 f. Tese (doutorado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia de Alimentos, Campinas, SP. Disponível em: https://hdl.handle.net/20.500.12733/1584054. Acesso em: 7 de ago. de 2023.
TERRA, Márcia. Informação da classificação do aspartame pela IARC. ABRAN, 2023. Disponível em: <https://abran.org.br/2023/07/06/informacao-da-classificacao-do-aspartame-pela-iarc/#:~:text=Grupo%201%20%E2%80%93%20Considerados%20carcinog%C3%AAnicas%20para,2A%20%E2%80%93%20Provavelmente%20cancer%C3%ADgeno%20para%20humanos.&text=Grupo%203%20%E2%80%93%20N%C3%A3o%20classific%C3%A1vel%20quando%20%C3%A0%20sua%20carcinogenicidade%20para%20humanos.> Acesso em: 7 de ago. de 2023.